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COMO SE FOSSE A ÚLTIMA VEZ.

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Ela era meio cigana. Dizia que tinha nascido em uma tenda de circo, e que não ficava numa mesma cidade mais que três anos. Dava de pedir minha mão pra ler minha sorte nas linhas desenhadas na palma branca. Falava que parecia borracha a palma da minha mão. Nunca disse que eu seria um milionário. Falava que minha esposa morreria queimada em um acidente de carro. Eu dizia à ela que não sabia dirigir, nem muito menos pensava em me casar. Ela respondia que um dia sim. Nós nos amávamos como se cada foda fosse à última de nossas vidas. Era por isso que eu a amava. Era por isso e por muito mais que à amei durante um tempo de minha vida. Os 10 meses que passamos juntos e um tempo mais que levou para pensar que tinha esquecido. Mas nunca consegui por completo. Você só ama o que não pode mais tocar. Eu pensava. Nós andávamos pela praia à noite, dormíamos na areia agarrados e acordávamos com malucos tentando roubar nossas carteiras ou sapatos. Ou acordávamos com o sol quente do verão nos despe