O DIA ENTRE OS FIOS DO TELEFONE
Pessoas andam pelas ruas de olhos fechados
Com puro sonambulismo,
E com seus carros de fibra cega como armas
A música toca alto no rádio do vizinho,
É sobre amor e outras tristezas
Sem preocupações com o futuro
Ou com homens que sentem fome.
Folhas caídas queimam em pleno meio dia
Misturando-se ao lixo
O gari reclama;
“Que sujeira essa cidade!”
E agradece calado pelo emprego.
Generais sentados em cadeiras acolchoadas
Em salões gigantes com ar refrigerado
Conversam sobre o tédio dos tempos,
Então se põem a discutir,
Planejam a destruição de um país ou dois
Para matar o tempo, a gente, o tédio.
O dia passa
Entre os fios de meu telefone.
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