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Mostrando postagens de março, 2016

DIRTY DREAM #3

Estou dormindo e sinto uma presença. Tento acordar mas não consigo ver nada, tudo turvo, cinza. Carlos, escuto uma voz de mulher me chamando. Não me assusto, sei que estou dormindo só, sempre durmo só, só gosto de dormir só. Tento abrir os olhos e vou conseguindo aos poucos. Vejo o teto do quarto, vejo que já é dia, vejo minhas mãos em cima da barriga, mas não consigo me levantar. Sei que estou dormindo ainda e não consigo me levantar. Tento por minutos acordar, sei que durmo e que isso é aquele negócio da paralisia do sono. Tento. Tento. E vou ficando cansado, vou voltando pruma escuridão até tudo ficar escuro mesmo. E quando já estou caindo. Ei. Escuto bem próximo. É uma voz de homem dessa vez. Então me assusto mesmo e vou abrindo os olhos. Vejo o teto do quarto. Tento levantar mais não consigo. Sinto aquela sensação estranha de que tem alguém no quarto comigo. Mais de uma pessoa. Deitado vejo o teto e pouca coisa ao meu redor. Sinto aquele calafrio, meu corpo todo se arrepia e eu n

VAMO CONVERSAR DEVAGARZINHO.

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Envelhecer e morrer são duas certezas que temos nisso que chamamos de vida. E a eterna mudança de tudo que nos rodeia é outra. O tempo que é impiedoso. E é bom que não exista perdão. Até porque não existe nada o que perdoar. (pronto, beleza, agora que já começou no drama, é só dar aquela relaxada, continua) Mas existe uns momentos em que você fecha os olhos e pensa; Pra onde é que eu fui? Onde eu fui soltando os meus pedaços por aí? Pra eu voltar e procurar e catar e tentar colar, reaver alguma coisa. Qualquer coisa que for. São momentos como de um fim de feriadão desses que você se toca que já foi. Pra onde? Sei lá. E faz diferença saber? Mas que já foi. E ficar lembrando de que uns anos atrás eu pegava 4 dias como esse e assistia no mínimo uns 8, 9 filmes. Lia pelo menos uns 2 livros. Caramba, lembro do fim da adolescência de ir pra biblioteca nas sextas-feiras de noite, pegar um livro e na segunda já tá de volta pra devolver o livro lido e pegar outro título

DUAS RODAS.

Dia desses tava voltando pra casa e fiquei pensando em como tá um pouco mais tranquilo andar de bicicleta por Fortaleza . Depois que virou moda andar de bike pela cidade, os motoristas tiveram que começar a respeitar um pouco mais os ciclistas. Quando eu era moleque, praticamente toda noite eu pegava a bicicleta preta que eu tinha e saia pra dar uma volta. Eu nunca tinha aonde ir especificamente, então entrava e saia de ruas do meu bairro, ia até outros bairros e era tranquilo, o movimento de carros era menor na época e o povo respeitava mais. Tinham os assaltos, que eram praticamente o único perigo. Mas a qualquer hora do dia era de boa andar de duas rodas pela cidade. Numa tarde quando eu voltava da aula, dois caras em uma bike apareceram e um deles me deu uma voadora e levou minha pretinha. Dai sem duas rotas comecei a andar mais de pé dois. O tempo foi passando, Fortaleza começou a crescer de uma forma estranha e o trânsito foi ficando mais intenso, se tornando um gran

PLAY #4

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Uma trilha presse fim de semana.

FELLS LIKE TRASH.

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Bully foi formada em Nashiville em 2013, lançaram um ep em 2014 e no ano seguinte “ Fells Like ”, o primeiro disco, com umas porradinhas mesclando Punk com Indie Rock . Nos vocais Alicia Bognanno , vinda de Minnesota . Alicia é uma loirinha lindinha que quando abre a boca solta uns berros consideráveis. O jeito de cantar que vai calmo e nos refrões pro roco rasgado em músicas como “ Too Tough ”, “ Trying ”, “ Trash ” e " Six " me lembraram na primeira audição algo meio Pixies ,  Breeders . E o som da banda talvez esteja por aí, pela banda de Black Francis , Kim Deal , o Nirvana de C obain , e algumas outras bandas dos anos 90. Talvez seja isso. Quem sabe eles tenham outras influências que ainda não consegui pegar. De toda forma, “Fells Like” vem mostrando o som que a banda quer fazer e é um bom disco de estreia. Pode soar um pouco repetitivo na primeira audição, mas pra mim tá valendo escutar, é bom ver gente gritando em microfone, fazendo música com gui

ESSE DIA FOI LOKO.

-Béisso Dilma? -Qui foi? -Mé qui tu faz uma palha assada dessa? -U que?! -Essa parada do teu áudio cum Lulinha! -Quê qui tem pivete? -Todo mundo tá sabenu. -Di história doido, eu mandei o áudio pu nosso grupo fechado. -TU MANDOU FOI PRO GRUPO CAGENTE TEM QUE O JUIZ TÁ LÁ TAMBÉM! -Foi não meimão. -Foi sim. -Foi não -Foi sim! -Vixe pivete, eu mandei errado ó. Mauz aí. Pensei que tinha mandado praquele nosso grupo que fica falando de Big Brother, Inês Brasil e tal. -Nam, tu mandou foi pro juiz, cumadi. -Já caiu na net? -Tá vacilanu é! Foi passanu de whats pra whats e já caiu foi na Globo, dona, tá todo mundo ovinu! -Vixe doido. E agora? -Agora quebrô dentu! Fecha as porta que o povo vai tentá arrombá.

LARGE DRAWINGS.

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"I Love New York" "Lyme Disease" "Odalisque" "Self Portrait with Hunting Cap" "buck naked" 5 desenhos da pintora Rebecca Morgan .

PLAY #3.

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Sexta-feira, então vai mais uma playlist com uns sons, pra quem sabe animar você que passa por aqui, como animou uma noite minha por aí.

O CABEÇA DE PROZAC.

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Tô tentando aproveitar esse recesso pra ler uns livros e escrever umas coisas. Entrei numas de estudar a bíblia, fazia tempo que eu só ensaiava, abria e depois perdia o interesse dias depois, mas agora entrei mesmo na onda. Comecei faz pouco, e ainda tô na Gêneses . Engraçado que dias depois de começar, me caiu nas mãos as traduções que o Haroldo de Campos fez prumas partes do grande livro. Aproveitei a viajem e fui dar uma conferida nas traduções poéticas do Haroldo, e Jó é muito belo. Daqui uns dias termino o começo do começo e passo prumas outras ficções. A ideia é entrar numas leituras e me conectar com outras coisas por aí. Tô aproveitando pra escrever uns textos também, umas histórias, coisas pra ficar postando por aqui ou pra algum lançamento futuro. Escrever é um trabalho maldito, viu, quem escolhe isso pra pagar as contas é quase pior que pião de obra. Os pião pelo menos são mais alegres em mesa de bar e em puteiro. Escritor é bicho triste aonde estiver, até de

REMAKES.

AS IMPUREZAS DO BRANCO.

Estava recolhendo material pra fazer um trabalho, tinha que desenvolver um projeto qualquer. O professor tinha deixado em aberto, escrever sobre qualquer coisa envolvendo um tema que lançou. Era tanta liberdade que eu mal sabia por onde começar. Então estava procurando assunto. Tinha pensado que rodaria bastante procurando, mas não foi necessário, encontrei sobre o que eu deveria escrever perto de casa, há algumas esquinas. Perto de onde eu moro existia uma boate de strip tease de uma antiga dançarina que se tornou famosa, muito mais quando deixou de ser dançarina e passou a ser deputada da cidade. Depois que a boate fechou, algumas das meninas que trabalhavam lá dentro passaram a trabalhar do lado de fora. Eu passava por ali sempre, olhava as garotas. Decidi que algo nelas seriam meu assunto. Aos poucos me aproximei com conversa. Elas gostavam de contar suas histórias, gostavam de ter um pouco de atenção sobre elas. E atenção é algo que elas nunca tinham. “Os caras sempre vem