O MONSTRO.



É, acabou. Morreu. Morreu. Uma das séries mais legais pra mim nos últimos 3 anos chegou ao fim. Morreu. “Hannibal” terminou essa semana na TV americana. O personagem criado por Thomas Harris fez um bom caminho na TV. Uma série que foi crescendo a cada temporada, as 2 iniciais muito boas mesclavam o desenvolvimento dos personagens a história do doutor Lecter, sempre entre a investigação da semana, o serial killer da semana, como parece sempre ser necessário nas séries americanas.  A terceira temporada provavelmente foi a melhor. Foi a mais lenta, mas a mais bonita também, tanto plasticamente quanto em conteúdo, com diálogos mais filosóficos, mais psicológicos, e bem mais focada no desenvolvimento dos personagens.

É interessante ver que o personagem criado por Harris em seu “Dragão Vermelho” inicialmente era só um coadjuvante na história, e ver como ele cresceu tanto na cabeça do escritor que voltou em outros livros, e foi parar no cinema fazendo uma carreira gigante e caindo no imaginário popular. Mesmo quem nunca leu uma linha de Harris, sabe da existência de um tal doutor Lecter, que curte uns cardápios meio exóticos (mas muito interessantes).


Foi bonito e interessante ver o Hannibal criado para TV. Mads Mikkelsen deu vida a um doutor Lecter muito diferente do original de Harris e visto diversas vezes no cinema. O Hannibal da TV estava longe daquele psicopata do cinema que tinha aquela pulsão violenta para atacar repentinamente e comer o rosto das pessoas. Ainda muito sofisticado, o Hannibal de Mikkelsen provavelmente acharia isso rude demais a ser feito com qualquer um. Foi interessante também ver o caminho quase inverso que o personagem teve na TV em relação às histórias dos livros, e a relação entre Lecter e o investigador Will Grahan. A amizade obsessiva estava sempre entre uma paixão mal resolvida entre os dois que se finalizou com uma entrega interessante e ao mesmo tempo bonita de ver. O seriado nunca foi uma adaptação fiel aos livros de Thomas Harris, mas sempre se baseou nas histórias criadas pelo escritor para seus roteiros, retirando dos livros os personagens, mesmo que os mudando muito, e as situações também.


Hannibal teve uma vida de 3 boas temporadas na TV, mas infelizmente chegou ao fim. A NBC não assinou uma nova temporada por achar que o público da série não era tão alto, era um público muito seleto. Tentaram vender o seriado para outra emissora, mas a ideia não foi bem aceita. Fica aquela sensação esquisita na cabeça de saber que um seriado tão bom no meio de tanta coisa ruim sendo produzida hoje em dia termina mesmo ainda tendo fôlego para pelo menos mais duas temporadas de histórias originais.


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