Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2014

MÚMIA NENÉM.

Imagem
A dinâmica do mundo é o terror. Somos nós, com o cérebro humano, que revestimos, reduzimos o terror a uma contemplação palatável. Para assim tornar a vida e sua abjeção intrínseca e assassina – possível. A crueldade é a colmeia onde habitamos. E a substância de nossos pensamentos, ou seja, (as palavras) o mel que a reveste – tudo ao inverso.  Tudo está exposto. A crueldade do amor – maquiada. O sexo de carnes e secreções (quase um esporro laboratorial) – desejado. O nascimento – o grito do ar incendiando o corpo – porque é com o grito humano que se celebra esta tragédia em direção ao aniquilamento. Nascemos crucificados no mundo.  Para os sábios a fórmula mágica de sobrevivência é aparentemente simples, mas exige convicção e treino: Mentiras afirmativas. Primeiro: recusar a ideia do suicídio. Depois alimentar a indiferença a tudo e a todas as coisas – como se existisse um plano, um destino imutável que nos comanda. Por último; usar a imaginação tal qual um mantra que te convença d

MORE ONE.

I was born at half past twelve, almost one in the morning I was born at half past one, almost two in the morning Now my birthday comes again, I don't know how old I am Half past one or two or three, almost four in the morning I was born at half past four, almost five in the morning I was born at half past six, almost seven in the morning How old am I, you ask of me? One year younger than I used to be Half past seven, half past eight, half past nine in the morning I was born at half past nine, almost ten in the morning I was born at half past ten, almost eleven in the morning Today my age is tweedle and twee, I'm prettier than I used to be Half past eleven, half past eleven, almost twelve in the morning ________ Natalie Merchant , Billy Bragg , Wilco e Woody Guthrie . Qual idade eu tenho hoje? Um ano a mais do que eu costumava ter. Mais um.

O MÍMICO.

Imagem
O que faz com que um ser queira se tornar eterno? Qual medo interno de esquecimento terreno carrega dentro de si lutando tão fortemente para não passar por este mundo despercebido quando sua hora final chegar? Que necessidade é essa de transformar a hora final em um ponto de começo? Enrique Vila-Matas diz que: “ Todos desejamos resgatar por intermédio da memória cada fragmento de vida que subitamente nos volta, por mais indigno, por mais doloroso que seja. E a única maneira de fazê-lo é fixá-lo com a escrita. A literatura, por mais que nos apaixone negá-la, permite resgatar do esquecimento tudo isso sobre o que o olhar contemporâneo, cada dia mais imoral, pretende deslizar com a mais absoluta indiferença ”. Talvez possa ser isso que levou um homem chamado Vidiadhar Surajprasad Naipaul a escrever. Talvez. Mas só pode-se dizer talvez, porque os mistérios que este homem que se tornou de alguns anos para cá, um de meus escritores prediletos, são muitos. Gigantes e inimaginá