EMBORA.


Eu ia fazer um texto com a lista dos 10 melhores filmes de 2011, mas então lembrei que neste ano só fui ao cinema quatro vezes. Coisa estranha e que esta ficando cada vez mais normal em minha vida, eu me distanciar daquilo que realmente gosto de fazer. Dá para ver por este blog, que praticamente abandonei neste ano, com falta de assunto, reciclando textos postados em outros lugares e poemas velhos que já foram publicados em outros blogs. É companheiros, é a vida, vamos envelhecendo e a força vai diminuindo. Só não pensei que seria tão rápido.


Vejo como estranho sentir que se chegou em um ponto em que não se pode ter mais as coisas que almejou, aquilo que achava que teria um dia, que coisas iriam mudar, que eu iria mudar. É estranho sentir que um tempo para ter certas coisas já não existe mais, como se eu fosse velho demais para tentar algumas coisas, ter certas experiências. Chega a ser dramático e ridículo sentir que estou passado demais, que o tempo foi embora. Mas realmente, o tempo foi embora.

Ele vai se distanciando e eu vou me distanciando de mim mesmo, sentindo menos vontade de fazer as coisas que me dão prazer, de me tornar alguém que me dê mais prazer. E o cinema parece que foi em uma dessas. Diferente de outras épocas em que quase todos os fins de semana ia ao cinema, neste ano fui apenas quatro vezes. O lance foi de nessas quatro vezes ter visto quatro bons filmes. “Um Lugar Qualquer” de Sofia Coppola, “Bravura Indômita” o faroeste dos irmãos Coen (que diga-se, bem foda, e eu nunca tinha tido  oportunidade de ver um western no cinema), “Contágio” de Steven Soderbergh, e “Atividade Paranormal 3”.  Bons filmes. Não que vi apenas isso durante o ano inteiro, mas o resto ficou por conta dos downloads e tela de computador.

Neste 2011 o cinema de terror me foi bem mais atraente que qualquer outro. Acho que resultado do meu convívio diário com Ju Lopes, e o convívio de um mês com o grande Carlos Primati. Dos filmes que vi de terror nenhum foi lançamento, mas se posso citar, digo dois, “Mártires” de 2008 e “Abnormal Beauty” de 2004 (que aqui no Brasil veio com o subtítulo Desejos Mortais). Quem gosta do gênero, assista que vale.

Em música e livros... Acho que devo ter ouvido uns dois discos lançado este ano, o do Tom Waits e Vanguart são exemplos que ainda estou digerindo, mas ter descoberto Sarah Jaffe e Bon Iver foram os presentes. E claro, continuar descobrindo o mestre Dylan que é sempre bom.
 
Nos livros não consegui bater o número de lidos ano passado. Li 69, esta numeração tão erótica. Talvez “Meridiano de Sangue” tenha sido o mais fodão, mas não sei. A literatura ainda não publicada por editoras talvez seja a que tenha mais me chamado atenção neste ano. O fato de ter descoberto a literatura do Diego Moraes, Camila Fraga e Mafalda Sofia Gomes, foram um dos pontos altos falando em literatura de 2011, esses me inspiraram com sopros bons literários.
Em um ano escrevi uns três contos que consegui dizer; acho que consegui. E nenhum poema que me lembre agora que tenha dito isso. Paciência.
De resto, 2011 foi mais um ano como tanto outros. É o tédio de todos os dias. É a procura por um trabalho decente que nos deixe ricos. É nunca encontrar. É enriquecer sem precisar trabalhar.

Nós vamos continuando então, enquanto o mundo não acabar por completo.











Comentários

Pelo que me toca,
obrigada :)
Carlos Alberto disse…
Eu que agradeço. :)

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SUGAR.