CAVALO DO DIABO.

Cavalo do Cão é um capanga de seu Matias, o prefeito da cidade. É preso pelo policial Cancão depois de matar um jovem por ter feito brincadeiras com o nome e seu patrão. Na delegacia, Cavalo do Cão mostra a força que tem como guarda-costas do coronel prefeito da cidade. Cancão se orgulha por ter prendido o valentão da cidade, e chama Ivalino, faxineiro da delegacia e poeta, para os dois juntos criarem versos para desmoralizar Cavalo do Cão para a cidade. O matador promete a morte a quem fizer gozação de seu nome, e Ivalino não quer morrer de morte matada, seu negócio é só criar poesia. Cancão só quer ser reconhecido por todos por ser aquele que prendeu alguém que deveria ser preso. Cavalo do Cão se gaba por ter o protegimento do prefeito e dono da cidade, se gaba até descobrir que o prefeito não o irá tirá-lo da cadeia por não precisar mais de seus trabalhos. O povo da cidade vem em busca do assassino valente para cobrar em vingança os crimes por ele cometido, cria-se então um impasse entre o preso e o guarda, em deixar o preso morrer linchado pelo povo, ou libertá-lo e deixá-lo fugir.




O Vôo do Cavalo do Cão”, peça dirigida por Augusto Pinto inspirada em obra de Racino Santos tem mais ou menos este enredo, mas não trata só disso. Trata sobre o coronelismo, sobre os matadores de aluguel contratados para executar rivais políticos. Trata de justiça e liberdade, paz e violência. Trata também da cultura nordestina, que vai resistindo com o tempo, mesmo que todos os olhos se voltem para outros lados do mundo.

Cavalo do Cão, se não me engano, é um bicho que se alimenta de aranhas caranguejeiras no sertão.

O Vôo do Cavalo do Cão
Grupo Arruaça de Teatro (Mossoró-RN)

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